Novembro: mês da consciência negra.
O Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro, relembra a morte de Zumbi dos Palmares, último líder do quilombo dos Palmares, assassinado em 1695.
O Dia Nacional da Consciência Negra, 20 de novembro, relembra a morte de Zumbi dos Palmares, último líder do quilombo dos Palmares, assassinado em 1695. Há décadas o mês de novembro tem se tornado referência para atividades que inspiram a luta, resistência e, principalmente, a rebeldia do povo negro, que historicamente tem sido os sujeitos do enfrentamento ao racismo articulado nas diversas esferas da sociedade.
Neste mês, as atividades de luta do Movimento Negro e de diversos setores organizados, reafirmam o black power, que quer dizer “poder negro”, o orgulho da identidade negra, que é uma das dimensões da consciência negra. Essas ações reconhecem o legado de Zumbi, Dandara, Maria Quitéria, Carlos Marighella, Luiz Gama e entre outros lutadores e lutadoras que doaram suas vidas ao povo.
Primeiro grito de liberdade
Esse processo teve início no Quilombo dos Palmares, que foi um dos muitos quilombos da era colonial brasileira e sua origem remonta os anos de 1580. Palmares foi o refúgio dos negros e das negras escravizados que estavam em fuga de engenhos das Capitanias de Pernambuco e da Bahia.
Desigualdade racial
As desigualdades raciais no Brasil são atuais. Apesar de mais da metade dos habitantes do país ser negra – 54% da população, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estática (IBGE) – são os brancos que ocupam as maiores parcelas nos índices econômicos e sociais. Nos últimos anos, houve importantes avanços que diminuíram as diferenças em diferentes áreas. O percentual de negros no nível superior mais que dobrou entre 2005 e 2015, de acordo com o IBGE.
Outro fator alarmante é a renda familiar composta por pessoas negras. Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com a Fundação João Pinheiro (FJP) o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), divulgado em maio de 2017, aponta que a renda familiar média das pessoas negras é menos do que a metade da renda de pessoas brancas. Enquanto os brancos têm um índice de R$ 1.097,00 por pessoa, a renda de negros é estimada em R$ 508,90.